Existem diferentes tecnologias de crosslinking (ou reticulação) utilizadas na produção de preenchedores de ácido hialurônico (AH) de diferentes marcas.

Dependendo da tecnologia, o crosslinking que une diferentes moléculas de AH, resultando na sua polimerização, pode ser físico ou químico (onde é utilizado o BDDE, por exemplo). O grau de modificação fornece a quantidade total de BDPE ligado em comparação com a quantidade total de AH.

O crosslinking físico consiste no “emaranhamento” de moléculas de AH, resultando na polimerização a partir da interação entre as mesmas.

Este é utilizado em uma das principais tecnologias disponíveis no mercado, a NASHA, o que faz com que o grau de modificação dos preenchedores produzidos a partir desta tecnologia seja menor.
Quanto maior o grau de modificação, mais um preenchedor de AH tende a estimular uma reação do sistema imunológico.
Além disso, também será menor o efeito da hialuronidase, que possui a função de digerir moléculas de AH e é utilizada para reverter possíveis complicações relacionadas a preenchimentos, como resultados inestéticos, efeito tyndall e oclusão/compressão vascular e necrose.

Sendo assim, os preenchedores com tecnologia NASHA possuem menos chances de desencadear
algum tipo de efeito adverso relacionado à resposta imune, como o ETIP e também possuem maior afinidade pela hialuronidase, aumentando assim a segurança do procedimento onde são utilizados.
Fontes:
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