Os bioestimuladores de colágeno (BioC.) são compostos biocompatíveis, ou seja, são degradados pelas nossas células de defesa em microcompostos, que são reabsorvidos pelo organismo, utilizados em vias bioquímicas clássicas e decompostos em CO2, H2O, Ca2+, entre outros.
Eles podem ter origem inorgânica, como sais de cálcio – por exemplo, a Hidroxiapatita de Cálcio (CaHA) – ou origem orgânica, como polímeros, tais como o Ácido hialurônico, o Ácido Poli-L-Lático (PLLA), o Ácido Poli-D,L-lático (PDLLA) a Policaprolactona (PCL) e a Polidioxanona (PDO). Nesta sequência de posts sobre BioC., abordaremos cada um desses compostos de forma detalhada.

Os BioC. estimulam a produção de colágeno de forma indireta, ou seja, a presença dessas partículas no organismo desencadeia um processo de resposta inflamatória subclínica, denominado neocolagênese.
Esse processo induz a produção de colágeno por meio de uma reação de corpo estranho, um tipo de resposta imunológica que ativa os mecanismos de defesa do organismo.

O envelhecimento da pele ocorre devido a diversos fatores, intrínsecos e extrínsecos. A partir dos 30 anos, perdemos cerca de 1% de colágeno por ano, e esse percentual aumenta com o avançar da idade.
O aumento da expressão das metaloproteinases de matriz (MMPs) induz a atrofia dos fibroblastos, promovendo, consequentemente, a diminuição da quantidade e densidade das fibras de colágeno e elastina. Com o envelhecimento, ocorre uma redução do turnover celular, a epiderme torna-se mais fina, há diminuição na produção de substâncias amorfas, e os vasos sanguíneos se tornam mais delgados.

O colágeno é uma proteína estrutural essencial, composta por aminoácidos, principalmente glicina, prolina e hidroxiprolina, que formam uma estrutura helicoidal e conferem resistência e elasticidade aos tecidos.
Na pele, o colágeno é fundamental para a firmeza e integridade da derme, pois atua como uma “rede” de sustentação que mantém a pele lisa e jovem.

Com o envelhecimento, a produção de colágeno diminui, levando à perda de firmeza e ao aparecimento de rugas e flacidez. Como proteínA fibrilar, ele é composto principalmente por cadeias de peptídeos ricas em ligações hidrogênio, que conferem estabilidade à sua estrutura e à pele.

Fontes
ANVISA. (2023). Agência nacional de vigilância sanitária. Disponível Em: < http://Portal.Anvisa.Gov.Br/Wps/Portal/Anvisa/Anvisa/Home;
da Cunha, M. G., Engracia, M., de Souza, L. G., & Filho, C. D. A. M. (2020). Biostimulators and their mechanisms of action. Surgical and Cosmetic Dermatology, 12(2), 109–117;
Dal’, D., Coimbra, A., Uribe, N. C., & Stefanello De Oliveira, B. (2014). “Quadralização facial” no processo do envelhecimento. Redalyc.Org, 6(1);
Fitzgerald, R., Bass, L. M., Goldberg, D. J., Graivier, M. H., & Lorenc, Z. P. (2018). Physiochemical Characteristics of Poly-L-Lactic Acid (PLLA). Aesthetic Surgery Journal, 38, S13–S17. https://doi.org/10.1093/asj/sjy012;
Gao, Q., Duan, L., Feng, X., & Xu, W. (2021). Superiority of poly(L-lactic acid) microspheres as dermal fillers. Chinese Chemical Letters, 32(1), 577–582. https://doi.org/10.1016/j.cclet.2020.03.071;
Gupta, R. C., Lall, R., Srivastava, A., & Sinha, A. (2019). Hyaluronic acid: Molecular mechanisms and therapeutic trajectory. Frontiers in Veterinary Science, 6(JUN). https://doi.org/10.3389/fvets.2019.00192;
Martins, J. A., Lach, A. A., Morris, H. L., Carr, A. J., & Mouthuy, P. A. (2020). Polydioxanone implants: A systematic review on safety and performance in patients. In Journal of Biomaterials Applications (Vol. 34, Issue 7).