O contorno da face é resultado de uma interação complexa entre a estrutura óssea e o tecido mole sobrejacente, influenciado por forças estáticas e dinâmicas. O profissional responsável pela harmonização facial tem a responsabilidade de estudar detalhadamente a morfologia facial, identificando desvios em relação aos padrões normativos.
Isso permite discutir com o paciente as previsões realistas do tratamento, alinhando-as com suas expectativas. A perfiloplastia é um procedimento destinado a corrigir defeitos ou realçar os traços faciais, com foco na harmonia estética do rosto, especialmente nas proporções entre o nariz e o queixo.

Durante esse procedimento, são avaliadas as proporções e medidas faciais, incluindo lábios, olhos, nariz e queixo, para determinar se são necessárias intervenções cirúrgicas ou não cirúrgicas. O objetivo é melhorar a estética facial por meio de ajustes proporcionais que promovam uma aparência mais equilibrada e harmoniosa.
Braz e Sakuma (2017) definem cefalometria como a ciência que estuda as dimensões das estruturas do crânio e da face. Nessa análise, são estabelecidos pontos de referência básicos para a avaliação facial e descrição de técnicas de preenchimento corretivo. Esses pontos, chamados de craniométricos ou cefalométricos, estão localizados em acidentes anatômicos ou posições geométricas específicas.

Ao estudar e comparar esses pontos, é possível identificar deficiências do paciente e determinar áreas que necessitam de correção. Por exemplo, a cefalometria pode classificar pacientes como Classe II com base em suas discrepâncias ósseas, orientando o planejamento de tratamentos ortodônticos e estéticos.
Tedesco et al., (2019) descreve a divisão da face em três partes proporcionais com base em pontos anatômicos específicos. O terço superior abrange a área entre o tricíon, que é a linha do cabelo na testa, e a glabela, que é a região entre as sobrancelhas. O terço médio se estende da glabela até o subnasal, que é a base do nariz.
O terço inferior vai do subnasal até o mentoniano, que é a ponta do queixo.
Além disso, o terço inferior pode ser subdividido em duas partes adicionais. O primeiro terço inferior vai do subnasal ao estômio, que é a região central do lábio inferior, e o segundo terço inferior se estende do estômio até o mentoniano, compreendendo a maior parte da área abaixo do nariz até a ponta do queixo. Essas divisões proporcionais da face são úteis na análise e planejamento estético facial, permitindo uma compreensão mais detalhada das proporções e estruturas faciais.

O uso de ácido hialurônico (AH) como preenchedor facial é uma opção eficaz e não cirúrgica para corrigir o contorno e o tecido mole em pacientes com Classe II de Angle. A correção estética depende da quantidade adequada de AH aplicada pelo profissional, proporcionando volume e suporte aos tecidos faciais para melhorar a harmonia facial.
Essa abordagem minimamente invasiva oferece resultados estéticos satisfatórios sem a necessidade de cirurgia. Para maiores informações sobre técnicas e produtos veja as postagens anteriores sobre preenchimento em mento, mandíbula, lábios e nariz.
Relação maxilomandibular através da classificação de Angle é simples de entender. As classes de Angle descrevem as relações anteroposteriores das arcadas dentárias. A Classe I (Neutroclusão) é considerada normal, com uma relação adequada entre maxila e mandíbula. Na Classe II (Distoclusão), a arcada superior está posicionada mais para frente em relação à arcada inferior, podendo ser dividida em Divisão 1 (projeção dos dentes superiores e perfil retrognático) e Divisão 2 (dentes superiores retroinclinados e perfil menos convexo).

Já na Classe III (Mesioclusão), a arcada inferior está à frente da arcada superior, com os dentes inferiores geralmente mais à frente, resultando em um queixo proeminente ou prognatismo mandibular.
Essas classificações são utilizadas na ortodontia para diagnosticar e planejar o tratamento de maloclusões.
Os lábios podem ser influenciados pela relação maxilo-mandibular e pelo posicionamento dos dentes, afetando sua projeção e volume. Em pacientes com Classe I e oclusão adequada, é esperado que o lábio inferior tenha uma projeção ligeiramente menor que o lábio superior.
Isso significa que o lábio superior geralmente se projeta um pouco mais à frente do que o lábio inferior, proporcionando uma proporção estética harmoniosa. O alinhamento correto dos dentes e a relação apropriada entre maxila e mandíbula são importantes para alcançar essa proporção ideal dos lábios.

O nariz desempenha um papel crucial na estética facial e muitas pessoas se incomodam com sua aparência. É possível realizar tratamentos seguros para ajustes estéticos no nariz, como elevar levemente, projetar a columela e o rádix, e melhorar o alinhamento geral.
No entanto, o nariz é uma das áreas mais complexas e delicadas para procedimentos estéticos, exigindo habilidade e precisão devido à sua estrutura sensível. Ele é central na perfiloplastia, mas deve ser abordado com cuidado e planejamento para alcançar resultados estéticos satisfatórios com segurança.


O mento sofre grandes alterações durante o Envelhecimento devido à perda de gordura na região perioral e às mudanças no contorno mandibular, refletindo-se no perfil do paciente. A projeção do mento está diretamente relacionada ao terço inferior da face e ao comprimento facial.
A base óssea também influencia o perfil, por exemplo, em pacientes Classe II, é possível realizar projeção ou alongamento do terço inferior para obter proporções faciais mais adequadas.
O tratamento dessas alterações geralmente envolve o uso de preenchedores, mas pode exigir uma quantidade significativa de produto para alcançar resultados perceptíveis devido à resposta clínica da área.

Fontes
ANGLE, E. H. Classification of Malocclusion. Dental Cosmos, Philadelphia, v. 41, no. 3, p. 248-264, Mar. 1899.
Arnett GW, Bergman RT. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning. Part I. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993; 103(4):299-312.
Arnett GW, Bergman RT. Facial keys to orthodontic diagnosis and treatment planning.
Part II. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993; 103(4):395-411.
Braz AV, Sakuma TH. Atlas de anatomia e preen- chimento global da face. 1. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.Tedesco et al., A nova face da odontologia. Editora Napoleão, 2019.